Depoimento Laise - Belém PA
Abrindo os caminhos da Terra - a visita da Cris e do Toninho a Belém
Às vésperas do nosso segundo convívio, lembro com muita alegria e saudade daquele 27/05, em que eu mal pude dormir ansiosa para encontrar nossas amigas que tinham vindo de fortaleza especialmente para promover o nosso primeiro convívio: Larissa e Paula.
E as duas traziam um grande “bônus” para nos: os pais da Paula, um casal de quem eu já assistira uma palestra em um curso de formação para casais que estavam dando para os de Fortaleza, mas permitiram que nós, em Belém, assistíssemos.
11 filhos, 2 delas numerárias. Meus olhos brilhavam de admiração e meu coração se acelerava de saber que esse encontro tão importante estava prestes a acontecer.
Como sou muito atrasada e durmo muito, deixei o ambiente do quarto propositalmente desconfortável para não perder a hora.
Eles haviam chegado de madrugada. E estavam hospedados no apartamento da vovó Eva, que havíamos preparado com todo o carinho, levando flores e colocando uma imagem de Nossa Senhora em cada quarto.
Recebê-los ali era algo especial. A vó Eva, vó da Evinha e do Victor, era a única pessoa Santa que eu conhecera até então. Única pessoa que eu podia colocar a mão no fogo e dizer: essa está no Céu!
O plano de dormir desconfortavelmente deu certo, levantei antes da hora e cheguei cedo. A tempo de pegá-los para a Missa das 7h com relativa tranquilidade. Assistimos à Missa e fiquei o tempo todo em uma profunda ação de graças por ter ali comigo aquelas pessoas tão célebres. Saindo da Missa, o Toninho veio na frente, ao meu lado. Eu estava tão eufórica, que sai dirigindo afoitamente e subi no meio fio. Ele sorriu e disse, com um sorriso de cumplicidade, “que coisa! As calçadas se mexem aqui em Belém!”. Eu sorri, meio sem graça, e continuei conversando animadamente com as “meninas”. Falava, mas estava perturbada com aquele sorriso. Um sorriso de pai. Eu fique intimamente pensando em quantas vezes ele deveria ter sorrido daquele jeito para uma de suas filhas após uma barbeiragem no trânsito ou na vida.
Chegamos na Basílica, que era o nosso ponto de partida, e fomos tomar um café.
Continuamos conversando sem parar, e, na hora de pagar a conta, eu me dirigi ao caixa, mas a Cris já foi dizendo “ele não vai deixar você pagar, nem adianta tentar”. Outra vez, estava ali o pai Toninho.
E fomos pro convívio, onde tivemos um dia muito intenso, de muita alegria.
No dia seguinte, Cris e Toninho deram uma palestra para casais, para compartilhar conosco um pouco da sua riquíssima experiência.
A Cris ficou ali, sentadinha, pontuando uma coisa ali e outra aqui, sempre com aquele carinhoso e tão característico “amorrrr” (com o sotaque paulista encantador....). E foi o Toninho quem falou por uma, duas horas, sem parar, sem cansar... falando daquilo que ele era ininterruptamente: pai. Com tanta paixão e tanto propriedade que todos saímos da audiência doidos para termos 11 filhos! Certos de que uma vida com menos filhos não seria tão interessante!
Na segunda, encontrei a Cris e passei um dia lindo e inesquecível com ela. Meu marido foi conversar com o Toninho e à noite nos encontramos para ir jantar na casa de um casal querido, o Igor e a Samira.
Uma noite memorável! Ao lado de inesgotáveis assuntos, um se destacava pela paixão que eu nutria por ele e que eu percebia também animar muito o nosso casal-modelo: abrir uma escola de educação personalizada em Belém. E, claro, que ela fosse a isca para atrair um Centro Cultural... rsrsrs
O Toninho só faltou desenhar o passo a passo que teríamos que fazer. Ao vê-lo desdobrando-se em argumentos, eu só pensava em como devia ser bom ser filha daquele homem! Em quanto ele se envolvia em querer ajudar e como ele sabia fazer dele os nossos projetos!!
O tempo passou, muita muita coisa aconteceu.
Hoje, temos uma escola de educação personalizada em Belém, com o dedo dele no “start” dado por meio daquele passo a passo tão generosamente ensinado; em breve, teremos um Centro. E amanhã será o nosso segundo convívio.
Não os vi desde então, mas finalmente faço parte da família dele, como desejei por tantos anos. A Cris, muito mais do que uma amiga, é uma irmãe pra mim, e o Toninho... Ah! O Toninho é o segundo santo que eu tive a honra de conhecer.
Depoimento Maria Juliana I. M. - ebook 21-10-2020
Eu sei que a intenção era escrever um relato sobre você. Mas sabe pai, eu tenho muita dificuldade em falar sobre você, ainda doí demais. Mas é fácil falar com você, então vai assim mesmo rs.
Eu sei paizinho que muitos filhos tem uma relação especial com o próprio pai, mas a nossa relação pai, a nossa é muito especial. Nós temos uma conexão muito grande. Talvez por que temos exatamente o mesmo temperamento, os mesmos defeitos e, eu gosto de acreditar, a mesma missão nessa Terra - a de cuidar de todos ao nosso redor com amor. Mas talvez também, eu acredito, porque eu sou a sua primeira filha e você me amou completamente e me entendeu e me entende. É engraçado isso papis, eu não consigo me lembrar de momentos em que você tenha estado triste comigo, e olha que eu dei trabalho. Talvez preocupado, mas você sempre me fez sentir como se eu, e nossa família, te fizessemos muito feliz. E como você mesmo me escreveu nas últimas vezes logo antes de partir, não tem como ser triste tendo a família que temos.
Pai, eu tento viver a vida como você viveu, e me aconselhou a viver naquele áudio que me mandou em Março de 2018, logo antes de eu ir mudar de país. Você me disse que para ser feliz, é precisa amar. Que amar é doar-se. E que quanto mais se doa, mais se ama. E quanto mais se ama, mais se aproxima de Deus, que é amor, e que nada nos faz mais feliz do que amar. E que se é um amor verdadeiro, tem que conduzir a Deus.
Sabe pai, a única coisa em que não somos parecidos é que você parecia ter uma confiança e fé absoluta em Deus, e isso sempre foi um desafio para mim. Mas a sua mensagem me guia. E se é um amor verdadeiro, tem que conduzir a Deus. E é assim que eu sigo buscando-o.
Nesse mesmo áudio você também me disse que você gosta do meu jeito alegre e brincalhão. Só você mesmo pai querido, que estava tão acostumado a enxergar sempre o melhor nos outros, para me achar alegre e brincalhona. Mas como eu gosto que você me via assim! Você também me disse que Deus tem um plano muito lindo e maravilhoso para mim. E pai, eu espero que você tenha razão, por que tem sido duro sem você por perto.
Pai, você foi ótimo filho, irmão, esposo, pai, sogro (palavras do André), profissional, amigo e pessoa e por isso que você deixou esse vazio tão grande. Pai, lembra quando você me levou pra Ribeirão? Você não só me levou lá, fez a matrícula do mestrado comigo, me ajudou a alugar um flat... depois de me deixar na faculdade para resolver pendências, foi até o flat e arrumou toda a minha mudança pra mim! Você arrumou a casa inteira - limpou, organizou tudo, comprou comida pra minha geladeira, deixou tudo tão lindo, até a minha cama você fez com o maior capricho. E como se não bastasse, fez um bate e volta pra São Paulo (sim!! No mesmo dia!!) para trazer um ar condicionado usado pra mim e instalou-o. E nao sao as coisas materiais que me impressionam, é o imenso cuidado, carinho e amor com que você fazia tudo. Sempre me fez sentir completamente amparada.
E você sempre me resgatou, nas mais incríveis situações que só nós dois sabemos. E sempre, sempre cuidou de mim. Obrigada por ter se sacrificado tanto pra nos dar todas as oportunidades possíveis e obrigada por passar tempo com a gente. Dos shows de mágicas com sorvete quando éramos pequenos até as conversas sérias quando eu estava com medo de ir embora.
Você me ensinou o que significa ter uma missão e sentido na vida e me ensinou a vencer meus medos por amor aos outros. Eu sou quem eu sou por causa de você, da nossa família, e da minha família. E você me ensinou a ter raça. A ter gana sempre. A última música que você me mandou foi Maria, Maria do Milton Nascimento e faz sentido pai. Você me ensinou a viver com mais leveza, tento sempre lembrar, que mesmo naqueles últimos anos tão difíceis, você estava sereno e aproveitava os pequenos prazeres dessa vida, como comer um queijo e vinho com mamãe, jogar um jogo em família, cozinhar pra todos nós de fim de semana, conversar com um amigo e tantas outras pequenas alegrias. No fundo, eu agradeço à mamãe por ter te dado uma vida tão alegre, isso é o que mais me consola. Por ter feito você se divertir com as ideias malucas dela, a espontaneidade em aproveitar a vida e a teimosia em te fazer feliz.
Ai papis, sinto falta de trocar músicas com você no whatsapp, de ouvir você cantar, saudades de ouvir sua risada e de te abraçar apertado. Saudades da sua comida (e que saudades do seu churrasco e da sua paella) e saudade de te levar uma xícara de café depois do almoço. Saudades de você respondendo mil perguntas minhas no whatsapp com só um coração azul rs, saudades dos seus conselhos e do fato que você nunca soltava primeiro durante meus abraços, saudades de você dormindo no sofá no fim de um filme (com mamãe apoiada no seu braço), saudade de ir lá no seu quarto e pular na cama ao seu lado, saudades de falar com você um tempão, de te contar do meu trabalho e de te perguntar tudo, tudo, no mundo, de imposto de renda ao sentido da vida. Sinto falta de você.
Eu sinto que você foi, mas me deixou o André. Ele cuida de mim, que nem você cuidava e eu tento cuidar dele, de mamãe e dos meus irmãos que nem você cuidou. Espero que eu consiga trazer a eles metade do amor que você me trouxe. E ja te disse antes, mas a saudade só aumenta. Você foi embora cedo demais, rápido demais. Mas você sempre foi assim pai, todo intensidade. Amor sem limites, raça sem fim e generosidade infinita. Me ajuda a caminhar pai. Até daqui a pouco,
Jurubeba - sua filha predileta rs (brincadeirinha Maricota)
Que Deus lhe abençoe!
Depoimento Juliana T. e Alan - ebook 21-10-2020
"Quando pensamos do Toninho, pensamos nele com um sorriso no rosto sereno e alegre! Tivemos a oportunidade de conhece-lo no curso de casais jovens, realizado por ele e sua esposa Cris. Sempre amável, comprometido e disposto a servir. Uma recordação que temos e guardamos com muito carinho, aconteceu em 2017. Nessa ocasião, foi celebrada uma missa em honra a São José Maria Escriva na Igreja do Liceu de Campinas. No final da missa, eu e meu esposo fomos cumprimentá-lo e elogiamos sua família e seus filhos e brincamos que os únicos que davam trabalho era os filhos adotivos, os filhos espirituais...rs. Ele muito sereno, abriu um sorriso e disse: “Não, todos os meus filhos são bons e muito amados”.
Somos gratos por Deus ter nos apresentado um pai tão bom, um amigo que deseja tanto a nossa salvação, que dedicou seu tempo, seu apostolado, sua vida por nós. Te amamos Toninho! Com carinho – Juliana e Alan
Que Deus lhe abençoe!"
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"Aprendi muitas coisas com o Toninho, algumas das quais vou descrever, no entanto sabemos como é difícil descrever a gratidão por uma pessoa que acrescentou tanto em nossas vidas. Conheci o Toninho e a Cris quando me deram uma carona para Londrina em Fevereiro de 2006. Eu estava começando a conhecer a Obra, então perguntei como era a espiritualidade do Opus Dei e o Toninho respondeu assim: buscar viver como os primeiros cristãos, que se reconheciam pelo amor que demonstravam uns pelos outros.
Aprendi muito sobre como "ser" Opus Dei na vida das pessoas. A Paulinha me dizia que com a chegada de cada filho a providência divina ajudava ainda mais os pais dela (tanto financeiramente como em outros aspectos), assim puderam comprovar como verdadeira aquela frase popular: cada filho vem com um pão debaixo do braço. Aprendi a confiar mais na providência divina.
Quando estava se aproximando o dia dos namorados, o Toninho entrou em contato perguntando se eu poderia comprar flores e chocolate e pedir para entrega-los na casa da Paula no dia dos namorados, pois como ela é numerária e na faculdade poderiam estar comentando tal data, ele não queria que ela sentisse nenhum tipo de constrangimento. Lembro que ele me pediu para escolher o buquê mais bonito, aquele que eu gostaria de ganhar e o mesmo para o chocolate. Aprendi o que é ter um olhar atento a cada filho.
Quando eu estava noiva do Tito fizemos o primeiro ano do curso "jovens casais". Foi uma grande honra e privilégio visita-los algumas vezes, tomar cafés, almoçar e experimentar sua deliciosa pizza. Eu e o Tito nos sentíamos tão acolhidos e queridos por eles! Na palestra introdutória do curso, um rapaz perguntou ao Toninho se ele tinha alguma dica para os casais que passavam por alguma dificuldade no casamento, desemprego ou algum outro tipo de problema, e o Toninho disse: "Quando você tem ao seu lado uma esposa que te apoia, te valoriza, te admira, você se torna um caminhão e passa por cima de qualquer dificuldade. Então, o meu segredo é a Cristina". Que motivador e verdadeira inspiração! Sempre conto essa história para as minhas amigas casadas!
Aprendi o papel motivador da esposa na vida do esposo! Quando nasceu o nosso primeiro filho, Felipe, estávamos em um encontro na casa deles e perguntamos ao Toninho como era ser pai de 11, ele disse que tudo acontece no seu tempo, primeiro nasce um filho e você aprende a ser pai de 1, depois nasce o segundo e você aprende a ser pai de 2. Você não acorda e é pai de 11. Tudo acontece no seu tempo.
Aprendi a viver um dia de cada vez, vivendo plenamente a missão que Deus me confia naquele momento. O Toninho e a Cris estavam sempre presentes nos momentos importantes da minha família, como em nosso casamento, chá de bebês, visita para conhecer o novo filho, aniversários, etc. Nas festinhas geralmente não eram os últimos à irem embora, mas sempre presentes. Nas conversas individuais comigo e com o Tito buscavam ser objetivos, sempre com muito carinho e sem enrolação.
Percebíamos como o Toninho era simples e não fazia distinção das pessoas, mesmo sendo um diretor presidente conversava conosco, com os nossos amigos e familiares da forma mais simples e natural possível. Toda Missa em honra à Dom Álvaro e ao Nosso Padre ele ia até o nosso banco nos cumprimentar com um grande sorriso. Aprendi o que é fazer apostolado de verdade.
Meu esposo foi contar para o Toninho que havíamos perdido dois filhos no início das gestações, Toninho contou que eles também haviam perdido alguns filhos em início de gravidez e que seriam quase o mesmo número dos que estavam na terra. Aprendi o que é a verdadeira abertura a vida!
Obrigada Toninho, Cris, Paulinha e toda a família pelo apostolado de vocês! Gratidão eterna!"
Flavia Aparecida Andrade
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"Quando o Toninho chegou perto para cumprimentar um casal com um bebê, eu brinquei: "Não sei se você sabe pegar um bebê, quer uma ajuda?", e ele riu, dizendo "Olha, isso aqui eu sei fazer de cor". Ele sabia fazer de cor, porque se doou. Sua doação se manifestou nos seus 11 filhos e nas atividades de formação em que ele esteve à frente. Entre elas, há uma que me aproximou muito dele: eu e minha noiva fizemos parte do Curso de Casais Jovens de 2018.
A cada 15 dias, os homens se reuniam com ele no Centro do Castelo e as mulheres em reuniões simultâneas e temário paralelo no centro feminino com a Cris, sua esposa. Nas reuniões conjuntas, os casais se encontravam em sua casa. Acompanhei o Curso durante este ano, e percebi que o casal Toninho & Cris dedicava os seus sábados para nos ensinar o que era o verdadeiro amor.
Digo do que assisti da parte do Toninho: transmitiu-nos ensinamentos para que soubéssemos fazer nossa esposa feliz e a crescer em santidade conosco; aprendemos como respeitá-la e a cuidar do nosso relacionamento. Notava que ele queria que nós fôssemos mais santos do que ele. Em suas aulas era muito nítido: o casamento dele o fazia o homem mais feliz do mundo. Ele tinha uma imensa alegria a cada palavra que pronunciava, falava tão bem de sua esposa, seus filhos, seus momentos, que nos inspirava a fazer o mesmo em nossa vida também. Ele não estava lá por obrigação. Era um homem livre e por amor às almas.
Estive com ele no sábado dia 20 de outubro, menos de 24 horas antes de sua partida. Em sua casa, junto com outros casais, tivemos um dia extremamente agradável de convivência. Contou-nos sobre sua experiência na educação dos filhos. E de fato, foi um dia de entrega em mais um sábado. Enquanto ele falava, pensei “Porque o Toninho se sacrifica tanto, tirando seus sábados de descanso pessoal para estar conosco? E porque eu também não estou fazendo o mesmo?”. Provavelmente essa inquietação não era só minha, mas dos demais que estavam na convivência.
Naquele dia, ele estava feliz (aliás, como sempre estava). Deu risada com as lembranças de seus filhos, contou sobre as diversas viagens e dos seus pulos nas águas frias das cachoeiras com os filhos mais corajosos; lembrou-nos dos passeios de bicicleta e da ida ao estádio do Palmeiras a pedido da filha (ficou até sem graça, afinal, era um corintiano roxo). Nesta ocasião, teve de comemorar cada gol do Palmeiras, que fez 4 no jogo. Tudo pelos seus filhos. Este é um sacrifício, mas pequeno e silencioso que significa cuidar dos 11 filhos, não dormir à noite, buscar na escola, ensinar a dirigir, dar broncas com amor, enfim, o sacrifício de educar. E o mais importante: educar para Deus.
O que mais me emociona em todas as minhas lembranças do Toninho foi que, no mesmo sábado, horas antes de sua morte, ele nos falou: “Quando eu morrer, quero chegar no Céu e ser recebido pela minha esposa, pelos meus filhos. Se não for assim, minha missão na Terra não terá sido concluída, eu preciso reencontrar minha esposa, meus filhos e meus amigos”. A ordem está alterada, pois ele é vai nos receber quando chegar a nossa hora. Mas a conclusão continua a mesma: se um dos seus não o encontrar no Paraíso, ele terá falhado em sua missão. Embora sejam duras, estas palavras não são minhas, mas são dele. O mesmo Toninho que nos falou naquele sábado, hoje nos espera ao lado de Jesus, Maria e São Josemaria Escrivá, para que, quando chegar a nossa hora, possamos revê-lo e adorar a Deus com ele por toda a eternidade.
O que me deixa muito feliz e tranquilo é a certeza do Céu para essa alma que tanto se doou aqui na Terra. Como dizia a passagem na Primeira Leitura em sua Missa de corpo presente, “Sua alma era agradável ao Senhor, e é por isso que ele o retirou depressa do meio da perversidade.". Aqui ele fez muito, um homem íntegro, justo, e Deus acolheu a sua alma, pois poderia fazer muito mais com Ele no Céu. Quando me despedi do Toninho naquele sábado, depois de diz “tchau” e sair, senti que deveria voltar e dizer algo a mais. Retornei, toquei em seu ombro e falei “Obrigado Toninho, por todos os ensinamentos”. Ele disse “Imagina!” com o tradicional sorriso no rosto.
Fui embora ainda impressionado de alguém se entregar tanto por tantas pessoas, e nem imagino quantas vidas foram afetadas por seu apostolado. O que me consola é que tive a graça de poder ter-lhe sido agradecido em uma ocasião inesquecível. No dia seguinte, recebi a inesperada notícia. Não pude acreditar, como que ele estava em Ubatuba se no dia anterior passamos a tarde toda em sua casa? Compreendi através das palavras de seu filho Marcos em seu emocionante discurso antes do enterro. O seu pai, mesmo cansado de ter recebido quase 30 pessoas em sua casa no dia anterior, fez uma viagem de um só dia para a praia, pois sabia que seus filhos gostavam e que não iam já um certo tempo. Saíram às 3h da manhã de Campinas e passaram em Ubatuba os últimos momentos juntos. Momentos que imagino terem sido muito felizes e que o Marcos fez questão de contar cada detalhe.
Desde então, rezo muito por sua alma e pela família que aqui ficou, para que não esqueçam nunca: A missão dele só será cumprida se TODOS o encontrarem no Céu. Hoje, completamos um mês com Toninho. Não fisicamente, mas com sua intercessão, com suas lembranças, com a certeza do Céu. Obrigado, meu grande amigo.
Davi Alvim
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"Caríssima Cristina.
O principal e definitivo é saber que o Toninho *viveu fazendo o bem*, por Amor a Deus, à sua família, à você a quem amou de uma forma impressionante (sou testemunha privilegiada), a cada um, um a um dos amados filhos.
Por que Deus, nosso Amoroso Pai, o quis levar tão cedo? Não sabemos. Só na vida eterna talvez.
Ou com os muitos frutos que virão, ainda mais!!!...., que com a graça de Deus e a amizade sincera e entregue que ele teve a tanta gente, conseguiu.
Sabemos das muitas, muitas, muitas dificuldades (das quais boa parte delas compartilhei diretamente) pelas quais passou, mas viveu feliz, sereno, batalhando!, com otimismo sempre, e construiu empresas que cresceram apesar das crises e outros obstáculos.
Mas sua maior e principal "empresa", seu maior orgulho é *sua família*. Ele sempre me falava que Deus o havia poupado do que mais lhe doeria no profundo de sua alma: que houvesse algum mínimo problema no amor entre ele e você (sempre inabalável) e que algum dos filhos não estivessem bem, bem formados, pessoas que amam a Deus de verdade. Dava sempre imensas graças a Deus por isso.
Quanto fez pela Obra! Quantas e quantas vocações e cooperadores nomeados e pessoas entraram em contato com a Obra por intermédio dele! Quantas!!! Um exemplo maravilhoso de um membro da Obra!
E muitos e muitos casamentos sólidos são hoje realidade devido ao amor e da dedicação sua e dele.
Quantos supernumerarios tem nele um exemplo e ainda mais: um coração de pai!!!
Enfim... Só Deus sabe a santidade dele e a santidade que ele ajudou a difundir ao longo da sua frutuosa vida.
E que será mais e mais frutuosa no Céu.
Estou rezando MUITO (e pedindo orações a muitos) por você, por cada um de seus filhos.
Que nosso Padre, a quem o Toninho era intensa e filialmente devoto, os ajude muito e os fortaleça muito.
Estou em Barcelona fazendo um curso do ISE / IESE. O Toninho me animou e me deu dicas importantes para aproveitar bem esta semana do curso.
Estou e estamos todos rezando muito. É impressionante a quantidade e a emotividade das muitas mensagens que recebi por causa dele o considerando um pai, um mestre, UM SANTO!"
Gentil Miranda
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“ O Toninho era uma pessoa bem humorada e sempre didático em suas ações e em cada momento da sua vida. Lembro de uma vez em que sua esposa foi para um retiro espiritual, onde normalmente ocupava o final de semana, e num dos dias em que estava sem ela, ele decidiu fazer uma paella para ele e os filhos, e quis compartilhar o feito com os amigos postando uma foto no grupo de WhatsApp “Círculo de Cooperadores” com uma frase inédita pra mim: “A vida de solteiro é boa, mas, só perde para a de casado”. Lembrarei dessa frase para sempre como uma forma bem humorada que, para mim, foi expressada afim de mostrar os bons momentos bem vividos em que sua esposa não estava junto, e que mesmo longe, sempre lembrava dela e do seu casamento.”
Ageu Ribeiro da Silva
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Fizemos faculdade de engenharia juntos na Faap e geralmente estudávamos e fazíamos os trabalhos juntos. Assim as horas de convivência foram aumentadas pois a preparação para as provas e entrega dos projetos exigiam ir até altas horas da madrugada, muitas vezes iamos direto para a faculdade. Extremamente correto, bom coração e um grande amigo. Seus valores eram os mais nobres possíveis. Depois de um tempo sem nos encontrarmos ele veio aqui no escritório, por sinal o mesmo lugar dos estudos, uns 5 dias antes de nos deixar. Conversamos por umas 2 horas, estava bem, relembramos o passado e discutimos o futuro que parecia entrar em céu de brigadeiro. Muita saudade dele. Escrever isso me deixa emocionado.
Ciro Scopel
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"Toninho e Cris, amigos muito queridos e importantes em nossas vidas, um casal e uma família maravilhosa, para se espelhar e se inspirar como exemplos. Qual a primeira lembrança que vem na minha mente quando me lembro do Toninho? Os encontros em torno da mesa para partilhar o alimento.Foram várias reuniões familiares em torno de uma mesa, partilhando o alimento e as nossas vidas. Eu adoro cozinhar e o Toninho adorava aprender novas receitas. Tive a oportunidade de dividir a cozinha com ele e ensinar alguns quitutes, o último foi fazer esfihas e assar no forno à lenha. Que momentos preciosos, durante a sova da massa e montagens das esfihas, foram muitas conversas e risadas que compartilhamos juntos com nossas famílias. Como este encontros eram bons!
O Toninho era uma pessoa muito especial e abençoada, sua presença transmitia paz e alegria e sempre tinha palavras sábias para nos orientar. Foram momentos que nos marcaram para sempre . Quando concluíamos uma receita já pensávamos na próxima. O Toninho disse que já estava preparado para encarar o nível avançado nas suas excursões pela cozinha e no próximo encontro queria aprender a desossar e rechear um frango. Infelizmente eu não consegui ensinar para o Toninho este prato, mas ele nos ensinou muito e nos marcou por uma vida inteira. A sua presença e da Cris na minha vida e da minha família foi um presente Deus para nós. Que Deus lhe abençoe Toninho."
Renata Celeghini
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"Uma vez conversando sobre os resultados do trabalho da Obra, ele falou que seriam para daqui a trezentos anos, independentemente da distância, ele sempre contribuiu magistralmente para essa construção... Para mim ele sempre foi o exemplo de como se construir a santidade no meio do mundo, sendo que esse termo construir se encaixa totalmente nas ações do Toninho. Um homem não só de palavras, mas de muitas ações, dedicação e trabalho. Além lógico de um exemplo como pai, marido e homem de família. Resumindo seguia fielmente a trilha deixada por São Jose Maria, a busca da Santidade no trabalho e família. SAUDADES..."
Otávio Matias
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"Era a pessoa em que sentíamos liberdade e confiança para falar sobre tudo, desde assuntos pessoais como vida espiritual e familiar até questões práticas como reforma de casa, troca de carro, dúvidas profissionais e financeiras. Ele sempre conseguia nos ajudar e sempre de uma forma muito amável. Chamava atenção também sua disponibilidade, sempre podia nos ouvir, mesmo com diversos compromissos que tinha. Mas para mim o que era mais impressionante era o sorriso, a alegria e simpatia no trato com todos, de forma que conversando com amigos, muitos já disseram que muitas vezes desejavam ir em algum evento em que ele estaria só para estar com ele."
Rafael Galdino
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"O que mais me marcou na amizade com o Toninho foi a atenção e o tempo dele dedicado a todos. Foi um homem que realmente serviu a todos. Convivi menos de um ano com ele, porém tive algumas boas conversas com ele, nas quais ele me ajudou muito. Foi um segundo pai para mim. No enterro dele, pude ver como de fato ele cumpriu com aquilo que ele havia nos dito no Curso de Casais Jovens ("se eu chegar no Céu e não tiver lá meus amigos e minha família, não terei cumprido com minha missão" - obs: não lembro exatamente as palavras, mas foi essa mensagem que ele quis passar), vendo a quantidade de amigos lá e em especial ver a família dele tão unida (me tocou muito ver o carinho entre os filhos dele). De fato ele combateu o bom combate, guardou a fé e completou a corrida, dando a sua vida por amor ao próximo. Um dia antes dele falecer, estive na casa dele e ele nos disse que era muito feliz já aqui na Terra, com a vida que construiu até então com Deus e sua família e amigos. Tão feliz que Deus o levou para a Eternidade no dia seguinte. Essa partida foi uma surpresa para nós que gostaríamos de ter convivido muito mais com ele, mas um sinal claro de que Ele cumpriu com sua missão e que havia chegado a hora do encontro face a face com o Pai. Toninho é um modelo de homem, pai, amigo."
André Amado de Mell
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"Tenho muitas histórias do meu irmão, mas vou mencionar esta em especial. A última vez que tive o prazer de sua convivência foi a duas semanas antes do seu falecimento, ele me ligou e disse que queria me trazer comidas prontas e deixar no freezer. Ele já havia feito isso em outras ocasiões e estava preocupado com minha saúde. Falei que não precisava se preocupar pois já estava conseguindo cozinhar sozinho, mesmo assim passou em meu apartamento com muitos mantimentos comprados em um supermercado e fez diversas comidas no fogão e ia explicando como fazer e guardar no freezer em potes de tupperware em porções individuais. Para mim foi um dia muito especial e marcante.
No dia perguntei para ele se veio para São Paulo para alguma reunião e aproveitou para me ajudar na comida e ele disse simplesmente que não. Ou seja, saiu de Campinas e veio para São Paulo e dedicou seu dia para me ajudar e fazer companhia e fiquei impressionado com sua atitude. Que pessoa especial e que coração tão generoso. Não tenho como explicar a minha reação na hora, ele andou mais de cem quilômetros para me ajudar e cheio de problemas na empresa e diversos compromissos e a resposta dessa atitude muita gente não vai entender hoje em dia. Ele está colocando em prática o que é ser um verdadeiro cristão, uns dos primeiros mandamentos: ”Amarás ao teu próximo como a ti mesmo” (Mateus 22:39)"
Jorge Augusto de Moraes Júnior
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Faz alguns anos, um colega de Unicamp me disse uma frase que não esqueço. Era uma pessoa muito envolvida em atividades políticas e que, por isso mesmo, tinha feito muitos desafetos. Mas, já quase aposentado, me comentou: - "De hoje em diante, só vou perder um amigo se for por morte"!
Sábias palavras: não vale a pena perder amigos por outros motivos.
Mas perde-los por morte, sobretudo se prematura, é também doloroso.
"Que maravilha que é a amizade", me escreveu certa vez outra pessoa, numa dedicatória, quando me presenteou com o texto da sua tese, num momento em que eu partia e não sabíamos se ou quando nos reveríamos.
É outra frase cheia de razão e nos faz pensar sobre o que seria maravilhoso na amizade. Maravilha, maravilhoso, são palavras que têm a mesma origem de MILAGRE, o que faz crer que o amor de amizade ultrapassa as nossas, digamos, tendências naturais. Afinal, como aprender a amar o OUTRO, este ser que vem “invadir nosso espaço" com outro temperamento, outra visão de mundo, outros gostos, outras preferências políticas, culturais, esportivas...?
Houve até quem dissesse que o inferno são os outros. Mas não, o inferno é solidão infinita e por isso é tudo aquilo que nos aprisiona, nos encerra em nosso próprio e limitadíssimo EU. O outro derruba as muralhas e vem nos libertar. E, se o acolhemos, o outro se torna o PRÓXIMO, o “invasor” se torna amado.
No dia de hoje, um amigo que perdi por uma morte inesperada faria aniversário, e é como forma de lhe prestar uma pequena homenagem que me vieram à cabeça essas linhas. Pois Toninho era alguém que, como poucos, aprendeu ao longo da vida a fazer do outro seu próximo.
Hoje, ele certamente comemoraria a data especial com sua esposa, seus filhos e filhas, como gostava de fazer. Talvez abrisse a casa aos amigos, com alguma receita nova, com garrafas de espumante generosamente servidas. Se eu estivesse por lá, brindaríamos a uma amizade de quatro décadas, relembrando possivelmente alguns episódios corriqueiros ou divertidos, sem se dar conta do maravilhoso escondido em cada um deles, e que, na ausência, parece se revelar mais facilmente.
Porque milagroso mesmo é que pessoas distintas, de origens distintas, se tornem irmãos por uma mesma fé, por uma mesma vocação e, a partir daí, fiquem unidas por um laço mais forte do que a morte. Milagroso porque aí se percebe que na verdade não perdemos o amigo, que agora, por outros meios, continua a zelar por cada um, de um modo misteriosamente mais generoso e mais eficaz.
E então a dor da partida é atenuada pela esperança de que estaremos todos reunidos, e mais próximos do que nunca, naquele banquete em que nós, Lázaros de méritos nesta terra, seremos epulões da Graça do Céu. E lá toda a lágrima será enxugada, inclusive aquela, mais triste e mais doce, das saudades de quem sente a falta do marido, do pai, do avô, do amigo Toninho.
João Marcos T. Romano